As crianças têm medo à noite, ás horas mortas
Do papão que as espera, hediondo, atrás das portas,
Para as levar no bolso ou no capuz d'um frade.
Não te rias da infância, ó velha humanidade,
Que tu também tens medo ao bárbaro papão,
Que ruge pela boca enorme do trovão,
Que abençoa os punhais sangrentos dos tiranos,
Um papão que não faz a barba há seis mil anos,
E que mora, segundo os bonzos têm escrito,
Lá em cima, de traz da porta do Infinito.
Guerra Junqueiro (A Velhice do Padre Eterno, 1885)
domingo, 12 de abril de 2009
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1 comentário:
Embora com atraso, desejo que tenha tido uma Páscoa feliz!
:-D
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