Livros no Blurb

sábado, 30 de junho de 2007

Sur le pont Mirabeau

Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Et nos amours
Faut-il qu'il m'en souvienne
La joie venait toujours après la peine

Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure

Les mains dans les mains restons face à face
Tandis que sous
Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l'onde si lasse

Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure

L'amour s'en va comme cette eau courante
L'amour s'en va
Comme la vie est lente
Et comme l'Espérance est violente

Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure

Passent les jours et passent les semaines
Ni temps passé
Ni les amours reviennent
Sous le pont Mirabeau coule la Seine

Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure

(Guillaume Apollinaire, Le Pont Mirabeau, Alcools, 1912)


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sexta-feira, 29 de junho de 2007

50 anos

Atingi o meio século de existência no final do ano passado. Muitos dos meus amigos e conhecidos estão igualmente a celebrar o seu cinquentenário. Não sei se esta é a altura certa para um primeiro balanço acerca do que foi feito e sentido em 50 anos e para começar a contagem decrescente para o fim da vida.
Não comemorei os meus 50 anos. Aliás, não costumo festejar os anos. Para mim têm sido dias sem história. Contudo, o cinquentenário deu-me que pensar. Paradoxalmente, em muitos aspectos sinto-me melhor comigo mesmo nesta fase da vida do que aquilo que imaginei há uns largos anos, apesar dos problemas — alguns complexos e de difícil resolução —, que inevitavelmente existem.
A única situação que me preocupa é a da condição física. É sabido que é a partir dos 50 que, especialmente nos homens, podem ocorrer todo o tipo de maleitas algumas das quais bem graves. É o vizinho que morre na sequência de um tumor no estômago, o amigo que foi operado à próstata, a notícia do jornal que dá conta da paragem cardíaca ocorrida num jovem empresário de meia-idade, … Se há coisa que não suporto são hospitais, análises, exames, … Até uma simples extracção de sangue me põe a suar desalmadamente e a desviar o olhar da seringa. Se há coisa que suporto mal é a dor física. Porém, o "sofrimento psicológico", as dores de alma são velhos conhecidos com os quais, ao longo dos anos, me habituei a conviver.
Haja saúde!