De folhagem rija, com recorte picante, tinge-se de um verde baço, soturno, sendo o fruto de tamanho variável, a maioria das vezes aguçado. Nas azinheiras a que chamam boleta doce, a lande cria-se maior, de polpa mais rica e apetecida que a do sobreiro, apreciando-a o rural alentejano, que a come crua ou assada, como noutros lugares se come a castanha.
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Dada a rijeza da madeira, densa, inquebrável, além de a aproveitarem para lenha e carvão, empregam-na ainda hoje no fabrico de certas alfaias agrícolas […].
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Vive parasitariamente nas raízes da azinheira, como de alguns carvalhos, a saborosa túbara, tão apreciada pelos gastrónomos, e da qual são gulosos o porco de vara e o cerdo bravo, que na terra fossam quando delas lhes vem o cheiro. É a trufa que o francês tem artes para cultivar, e dá uma sopa divinal, certos recheios e guarnecimentos, como o famoso peru trufado, que é manjar principesco.
Manuel Mendes (Roteiro Sentimental — A Sul do Tejo)