Livros no Blurb

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Blackbird

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.

Blackbird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise.


The Beatles


sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Concelho da Guarda em imagens 4

A caldoneira (Echinospartum ibericum) é um arbusto da família das giestas que se observa em ambientes expostos e sujeitos a ventanias frequentes.


Encosta florida coberta pela giesta-negral (Cytisus striatus)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

[A bacia da Régua]

Rio Douro (Régua)


Por cima das cepas derrubadas com o peso das uvas vicejam as árvores do pomar carregadas de fruto: as laranjeiras, os pessegueiros, os damasqueiros, as figueiras, as pereiras, as cerejeiras e as ginjeiras.
Contra os muros esverdeados de musgo bracejam os limoeiros doces e azedos.
As sebes dos campos são feitas de marmeleiros entrelaçados.
Nos debruns das leiras e no sopé dos muros, por entre as hastes de hera e as moitas de fetos, de violetas e de dedaleiras em flor, rebentam os morangos e as groselhas.

Ramalho Ortigão (As Farpas I)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Os meus livros 23

Capa do Roteiro Natural do concelho de Montijo (Câmara Municipal de Montijo, 2001)


Este concelho, ao contrário do que muita gente possa supor, não se limita ao pequeno território da margem sul do Tejo, junto a Alcochete. Existe uma outra porção territorial, de maiores dimensões, separada da anterior, que abrange como principais núcleos populacionais Canha e Pegões. É nesta zona que será construído o futuro aeroporto internacional de Lisboa.

domingo, 12 de outubro de 2008

Proposição das rimas do poeta

Incultas produções da mocidade
Exponho a vossos olhos, ó leitores:
Vede-as com mágoa, vede-as com piedade,
Que elas buscam piedade, e não louvores:

Ponderai da Fortuna a variedade
Nos meus suspiros, lágrimas e amores;
Notai dos males seus a imensidade,
A curta duração de seus favores:

E se entre versos mil de sentimento
Encontrardes alguns cuja aparência
Indique festival contentamento,

Crede, ó mortais, que foram com violência
Escritos pela mão do Fingimento,
Cantados pela voz da Dependência.

Manuel Maria Barbosa du Bocage

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Animais, plantas e paisagens de Portugal 15

Morrião-perene (Anagallis monelli)


O morrião-perene (Anagallis monelli) pertence à família das primuláceas. Como o seu nome comum indica trata-se de uma erva vivaz, isto é, cuja parte subterrânea se mantém durante vários anos enquanto a parte aérea se renova de ano para ano. Os indivíduos apresentam-se prostrados, ascendentes ou erectos e mais ou menos lenhosos na base. É de pequena dimensão e as folhas são opostas, não pecioladas, ovado-lanceoladas a elípticas. As flores são relativamente pequenas, de um azul forte, com a parte central de cor púrpura.
O morrião-perene surge em ambientes abertos e secos, por exemplo em orlas ou taludes, sobre a duna secundária ou estabilizada e amiúde sobre solos calcários. Existe no Centro e Sul de Portugal, em particular na sua metade litoral.
Floresce entre Março e Junho.
É uma planta própria do ocidente mediterrânico que podemos observar na Península Ibérica, na Sicília e no Norte de África.

sábado, 4 de outubro de 2008

Corticeiros

No silêncio ardente do dia parado,
Há lida de gente no denso montado.

Há troncos despidos, já lívidos, frios,
E troncos que esperam, em funda ansiedade,
Com gestos convulsos, de sonhos sombrios,
Em dor e silêncio, por toda a herdade.

Os pés descalços trepam ágeis,
Sobem…
O machadinho crava-se e segura,
Como se fora um croque de abordagem,
O homem
A subir, na faina dura.
E lembra-me, assim vistos a distância,
— Os vultos a trepar pelos troncos gigantes —
Como, em contos de infância,
Cornacas dominavam enormes elefantes.

— Que os troncos majestosos e inermes
Têm o ar daqueles paquidermes,
Lentos, laboriosos, resignados. —

Desses trágicos braços contorcidos,
Que mais tarde, a sangrar,
São a gala maior desta paisagem,
E, agora, estão gelados, confrangidos
Pela tortura sem par,
No pino da estiagem,
Vão homens rudes, escuros e suados,
Lenço metido sob o chapéu largo,
Arrancando aos bocados,
Em férrea luta obscura,
Com qualquer coisa de febril e amargo,
A epiderme dura.

— Oh, velhas árvores dos montados!

E há pasmo na canícula.
E há silêncio, de assombro, na paisagem!

— Troncos dilacerados…


Francisco Bugalho (Paisagem)