Ao viandante que atravessa as terras da charneca alentejana, impressionam-no sobretudo as figuras severas dos pastores, que na solidão do ermo apascentam o gado. Um aqui, mais além outro, e parecem todos o mesmo. Debaixo da torreira ardente do sol de Agosto ou trespassados do vento gelado de Janeiro, não saem daquela posição hirta e firme — não saem nem vacilam. Têm os olhos postos no gado e ao mesmo tempo na distância azul dos horizontes longínquos, que quase se confundem com a primeira linha do céu.
Manuel Mendes (Roteiro Sentimental — A Sul do Tejo)
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