Anyone who has never made a mistake has never tried anything new
sexta-feira, 29 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Os Cativos
Encostados ás grades da prisão,
Olham o céu os pálidos cativos.
Já com raios oblíquos, fugitivos,
Despede o sol um ultimo clarão.
Entre sombras, no longe, vagamente,
Morrem as vozes na extensão saudosa.
Cai do espaço, pesada, silenciosa,
A tristeza das cousas, lentamente.
E os cativos suspiram. Bandos de aves
Passam velozes, passam apressados,
Como absortos em íntimos cuidados,
Como absortos em pensamentos graves.
E dizem os cativos: Na amplidão
Jamais se extingue a eterna claridade...
A ave tem o voo e a liberdade...
O homem tem os muros da prisão!
Aonde ides? qual é vossa jornada?
À luz? à aurora? à imensidade? aonde?
Porém o bando passa e mal responde:
À noite, à escuridão, ao abismo, ao nada!
E os cativos suspiram. Surge o vento,
Surge e perpassa esquivo e inquieto,
Como quem traz algum pesar secreto,
Como quem sofre e cala algum tormento.
E dizem os cativos: Que tristezas,
Que segredos antigos, que desditas,
Caminheiro de estradas infinitas,
Te levam a gemer pelas devesas?
Tu que procuras? que visão sagrada
Te acena da solidão onde se esconde?
Porém o vento passa e só responde:
A noite, a escuridão, o abismo, o nada!
E os cativos suspiram novamente.
Como antigos pesares mal extintos,
Como vagos desejos indistintos,
Surgem do escuro os astros, lentamente.
E fitam-se, em silencio indecifrável,
Contemplam-se de longe, misteriosos,
Como quem tem segredos dolorosos,
Como quem ama e vive inconsolável...
E dizem os cativos: Que problemas
Eternos, primitivos vos atraem?
Que luz fitais no centro d'onde saem
A flux, em jorro, as intuições supremas?
Por que esperais? n'essa amplidão sagrada
Que soluções esplêndidas se escondem?
Porém os astros tristes só respondem:
A noite, a escuridão, o abismo, o nada!
Assim a noite passa. Rumorosos
Sussurram os pinhais meditativos,
Encostados ás grades, os cativos
Olham o céu e choram silenciosos.
Antero de Quental (Os Sonetos Completos, 1886)
Olham o céu os pálidos cativos.
Já com raios oblíquos, fugitivos,
Despede o sol um ultimo clarão.
Entre sombras, no longe, vagamente,
Morrem as vozes na extensão saudosa.
Cai do espaço, pesada, silenciosa,
A tristeza das cousas, lentamente.
E os cativos suspiram. Bandos de aves
Passam velozes, passam apressados,
Como absortos em íntimos cuidados,
Como absortos em pensamentos graves.
E dizem os cativos: Na amplidão
Jamais se extingue a eterna claridade...
A ave tem o voo e a liberdade...
O homem tem os muros da prisão!
Aonde ides? qual é vossa jornada?
À luz? à aurora? à imensidade? aonde?
Porém o bando passa e mal responde:
À noite, à escuridão, ao abismo, ao nada!
E os cativos suspiram. Surge o vento,
Surge e perpassa esquivo e inquieto,
Como quem traz algum pesar secreto,
Como quem sofre e cala algum tormento.
E dizem os cativos: Que tristezas,
Que segredos antigos, que desditas,
Caminheiro de estradas infinitas,
Te levam a gemer pelas devesas?
Tu que procuras? que visão sagrada
Te acena da solidão onde se esconde?
Porém o vento passa e só responde:
A noite, a escuridão, o abismo, o nada!
E os cativos suspiram novamente.
Como antigos pesares mal extintos,
Como vagos desejos indistintos,
Surgem do escuro os astros, lentamente.
E fitam-se, em silencio indecifrável,
Contemplam-se de longe, misteriosos,
Como quem tem segredos dolorosos,
Como quem ama e vive inconsolável...
E dizem os cativos: Que problemas
Eternos, primitivos vos atraem?
Que luz fitais no centro d'onde saem
A flux, em jorro, as intuições supremas?
Por que esperais? n'essa amplidão sagrada
Que soluções esplêndidas se escondem?
Porém os astros tristes só respondem:
A noite, a escuridão, o abismo, o nada!
Assim a noite passa. Rumorosos
Sussurram os pinhais meditativos,
Encostados ás grades, os cativos
Olham o céu e choram silenciosos.
Antero de Quental (Os Sonetos Completos, 1886)
domingo, 17 de maio de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
sábado, 9 de maio de 2009
sábado, 2 de maio de 2009
Animais, plantas e paisagens de Portugal 21
A doiradinha é um feto herbáceo vivaz com folhas espessas, dispostas em tufo denso. Trata-se de uma espécie que, ao contrário de muitos outros pteridófitos, ocorre em locais de secura acentuada. Pode observar-se em muros ou fendas de rochas calcárias ou mesmo xistosas, em áreas mais ou menos expostas e a baixa altitude. A sua adaptação à aridez é tal que as folhas murcham no Estio para reverdescerem com o regresso do tempo fresco e húmido.
Apesar das suas características ecológicas está ausente de grande parte do Alentejo ou encontra-se aí pouco representada. Pelo contrário parece ser mais abundante junto ao litoral (nas zonas de influência atlântica directa) e na região norte.
Apesar das suas características ecológicas está ausente de grande parte do Alentejo ou encontra-se aí pouco representada. Pelo contrário parece ser mais abundante junto ao litoral (nas zonas de influência atlântica directa) e na região norte.
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