Como é evidente, a duração da autonomia política e a continuidade do território são factores importantes para a solidez e o aprofundamento da identidade nacional. Não admira, por isso, que, no caso português, se tenha atribuído tanta importância ao facto de as fronteiras nacionais se haverem mantido praticamente idênticas desde 1297. Este facto permitiu afirmar que Portugal era o país mais velho da Europa, não por que o seu poder político se tivesse transmitido numa linha contínua desde há mais tempo do que o de qualquer outra nação europeia, mas por o seu território ser idêntico desde o fim do século XIII, o que não aconteceu efectivamente com as outras formações políticas do velho continente. A maioria dos autores que têm tratado da identidade nacional atribui também uma grande importância ao fenómeno da língua, pelo facto de o português se falar num território praticamente coincidente com o das suas fronteiras políticas. Não há dúvida de que este facto tem uma efectiva importância histórica.
José Mattoso (A Identidade Nacional)
José Mattoso (A Identidade Nacional)
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