Minha junta vai puxando
Morosa, lenta, cansada;
Que a leiva que vai virando,
Vai ficando bem virada.
Passam dois corvos grasnando.
E à minha volta mais nada…
A relha que rasga a terra
Rasga e beija docemente.
— Breve se acaba esta guerra
Só de sonhar a semente.
Nos vales de terra molhada
Piam abibes em bando.
E a leiva sobe na aiveca
E vai ficando tombada,
Ao seu feitio moldada,
Sobre outra leiva já seca.
Minha junta vai puxando
Pesada, lenta, cansada…
Ao fundo, no horizonte
Só um sobreiro pasmado;
Nem um ruído de fonte,
Nem um chocalho de gado…
Nem algum cantar perdido
De certas horas felizes.
Só canta no meu ouvido
Este estalar das raízes.
A leiva que vou virando
Vai ficando bem, virada…
Francisco Bugalho (Poesia, 1960)
Morosa, lenta, cansada;
Que a leiva que vai virando,
Vai ficando bem virada.
Passam dois corvos grasnando.
E à minha volta mais nada…
A relha que rasga a terra
Rasga e beija docemente.
— Breve se acaba esta guerra
Só de sonhar a semente.
Nos vales de terra molhada
Piam abibes em bando.
E a leiva sobe na aiveca
E vai ficando tombada,
Ao seu feitio moldada,
Sobre outra leiva já seca.
Minha junta vai puxando
Pesada, lenta, cansada…
Ao fundo, no horizonte
Só um sobreiro pasmado;
Nem um ruído de fonte,
Nem um chocalho de gado…
Nem algum cantar perdido
De certas horas felizes.
Só canta no meu ouvido
Este estalar das raízes.
A leiva que vou virando
Vai ficando bem, virada…
Francisco Bugalho (Poesia, 1960)
Sem comentários:
Enviar um comentário