Os sobreiros sonham
sonhos desvairados,
que só os pastores
e as pedras suspeitam.
Sonham que são livres
e vão pelo mundo,
com raízes de água
e cabelos soltos.
No céu por lavrar,
as nuvens são cardos
e o sol um milhafre
que esvazia os olhos.
Dos sonhos só resta
a angústia que os ousa.
A angústia é concreta.
Os sonhos são sombras.
Seguros à terra
com garras de bronze,
os sobreiros sonham
impossíveis rumos.
Armindo Rodrigues (Obra Poética, vol. III)
sonhos desvairados,
que só os pastores
e as pedras suspeitam.
Sonham que são livres
e vão pelo mundo,
com raízes de água
e cabelos soltos.
No céu por lavrar,
as nuvens são cardos
e o sol um milhafre
que esvazia os olhos.
Dos sonhos só resta
a angústia que os ousa.
A angústia é concreta.
Os sonhos são sombras.
Seguros à terra
com garras de bronze,
os sobreiros sonham
impossíveis rumos.
Armindo Rodrigues (Obra Poética, vol. III)
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