Ali mesmo de fronte, um estendal de melões desafiava-lhe os desejos. Crescia-lhe água na boca. Havia um amarelo, raiado de verde, que levava a palma aos outros todos. Devia ser como mel — doirado e doce a desfazer-se nos dentes. Sumarento, como uma laranja, para lhe matar a sede.
*
Era um monte deles, mas só aquele a desafiava. Sentia a polpa das talhadas nos lábios secos e gretados, a ressumar pingos doces que nem uvas moscatéis.
Alves Redol (Avieiros)
Alves Redol (Avieiros)
Sem comentários:
Enviar um comentário