Ouve a Terra, escuta-A.
A Natureza à vontade só sabe rir e cantar!
Depois põe-te à coca dos que nascem
e não os deixes nascer.
Vai depois pla noite nas sombras
e rouba a toda a gente a Inteligência
e raspa-lhes bem a cabeça por dentro
co'as tuas unhas e cacos de garrafas,
bem raspado, sem deixar nada,
e vai depois depressa, muito depressa,
sem que o sol te veja,
deitar tudo no mar onde haja tubarões!
Larga tudo e a ti também!
José de Almada Negreiros (in Orpheu 3, 1915)
A Natureza à vontade só sabe rir e cantar!
Depois põe-te à coca dos que nascem
e não os deixes nascer.
Vai depois pla noite nas sombras
e rouba a toda a gente a Inteligência
e raspa-lhes bem a cabeça por dentro
co'as tuas unhas e cacos de garrafas,
bem raspado, sem deixar nada,
e vai depois depressa, muito depressa,
sem que o sol te veja,
deitar tudo no mar onde haja tubarões!
Larga tudo e a ti também!
José de Almada Negreiros (in Orpheu 3, 1915)
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