Confesso que estive tentado a criar um blog de raiz com este mesmo título. No entanto parece-me mais sensato desenvolver este tema aqui.
A ideia essencial é ir apresentando paisagens, plantas e animais de Portugal, que começarei por ilustrar fotograficamente, falando das suas características e da sua distribuição no país. Poderão ser abordados outros aspectos que não apenas os ligados à sua biologia ou ecologia.
Inicio o tema introduzindo de seguida um texto que produzi há uns anos e que julgo fazer sentido incluir aqui.
A história do património natural de uma região é geralmente complexa e de difícil interpretação. Radica tanto nas alterações geológicas e climáticas registadas ao longo da evolução da Terra, como também na evolução das sociedades humanas e na sua crescente capacidade de intervenção sobre o meio ambiente. O caso da bacia mediterrânica, na qual se insere a região em estudo, é particularmente ilustrativo dado que sofreu, ao longo dos tempos, profundas convulsões de carácter geológico e foi berço de diversas civilizações com um historial antigo de intervenção sobre a paisagem e as próprias espécies biológicas (Blondel & Aronson, 1999). Apesar disso, a bacia mediterrânica é hoje um dos grandes centros de biodiversidade do planeta e certamente o mais importante a nível europeu.
Um significativo conjunto de espécies emblemáticas da Península Ibérica, no qual se incluem as grandes aves de rapina, a cegonha-preta, o grou (Grus grus), algumas aves estepárias e mamíferos carnívoros como o lobo e o lince, distribuem-se fundamentalmente pelas províncias mais interiores. Isto é, naquelas que têm uma baixa densidade populacional, uma fraca ou nula expressão das actividades industriais (e outras actividades económicas de grande impacto sobre a paisagem) e um antigo e tradicional uso da terra, baseado em práticas silvopastoris e agrárias de tipo extensivo. Por isso, não será de estranhar que as regiões detentoras de maior riqueza natural sejam aquelas que se estendem ao longo da fronteira luso-espanhola, de ambos os lados da mesma, a saber: Andaluzia, Estremadura e Castela-Leão, do lado espanhol; Alentejo Interior, Beira Interior e Trás-os-Montes, do lado português.
António Pena (Uma viagem pelo património natural das aldeias históricas do interior beirão, 2002)
Bibliografia
Blondel, J. & Aronson, J. (1999): Biology and wildlife of the mediterranean region. Oxford University Press.
A ideia essencial é ir apresentando paisagens, plantas e animais de Portugal, que começarei por ilustrar fotograficamente, falando das suas características e da sua distribuição no país. Poderão ser abordados outros aspectos que não apenas os ligados à sua biologia ou ecologia.
Inicio o tema introduzindo de seguida um texto que produzi há uns anos e que julgo fazer sentido incluir aqui.
A história do património natural de uma região é geralmente complexa e de difícil interpretação. Radica tanto nas alterações geológicas e climáticas registadas ao longo da evolução da Terra, como também na evolução das sociedades humanas e na sua crescente capacidade de intervenção sobre o meio ambiente. O caso da bacia mediterrânica, na qual se insere a região em estudo, é particularmente ilustrativo dado que sofreu, ao longo dos tempos, profundas convulsões de carácter geológico e foi berço de diversas civilizações com um historial antigo de intervenção sobre a paisagem e as próprias espécies biológicas (Blondel & Aronson, 1999). Apesar disso, a bacia mediterrânica é hoje um dos grandes centros de biodiversidade do planeta e certamente o mais importante a nível europeu.
Um significativo conjunto de espécies emblemáticas da Península Ibérica, no qual se incluem as grandes aves de rapina, a cegonha-preta, o grou (Grus grus), algumas aves estepárias e mamíferos carnívoros como o lobo e o lince, distribuem-se fundamentalmente pelas províncias mais interiores. Isto é, naquelas que têm uma baixa densidade populacional, uma fraca ou nula expressão das actividades industriais (e outras actividades económicas de grande impacto sobre a paisagem) e um antigo e tradicional uso da terra, baseado em práticas silvopastoris e agrárias de tipo extensivo. Por isso, não será de estranhar que as regiões detentoras de maior riqueza natural sejam aquelas que se estendem ao longo da fronteira luso-espanhola, de ambos os lados da mesma, a saber: Andaluzia, Estremadura e Castela-Leão, do lado espanhol; Alentejo Interior, Beira Interior e Trás-os-Montes, do lado português.
António Pena (Uma viagem pelo património natural das aldeias históricas do interior beirão, 2002)
Bibliografia
Blondel, J. & Aronson, J. (1999): Biology and wildlife of the mediterranean region. Oxford University Press.
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