O parque ficou sozinho e vazio. As altas copas das árvores formavam uma abóbada verde. Os troncos dos plátanos e das bétulas desenhavam na verdura as suas manchas brancas. Não se ouvia voz nem passo humano. As folhas caíam rodopiando devagar em largos círculos e pousavam quase sem ruído na macieza do chão. Aqui e além estalavam ramos secos. Aqui e além um pássaro cantava. Ervas trémulas dançavam à menor brisa. No ar pairava um perfume de maçã de Outono.
Sophia de Mello Breyner Andresen (A Floresta, 1968)
Sophia de Mello Breyner Andresen (A Floresta, 1968)
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