Em mais próximo e mais interessante convívio, afluem os insectos, com uma sem-cerimónia campesina, — borboletas, vespas, abelhas, cigarras, tira-olhos, grilos, ralos, louva-a-Deus, variadíssimos coleópteros, a chusma inteira, enfim, — Muitos destes seres, voejando de arbusto para arbusto, de flor para flor, colhendo sucos e respirando aromas, colaboram indiscutivelmente como elementos decorativos dos jardins; dos jardins e, de quando em quando, das casas igualmente, pois alguns deles, como as vespas, invadem-me o casebre e vêm construir ninhos nas paredes.
Wenceslau de Moraes (O "Bon-odori" em Tokushima, 1916)
sábado, 29 de dezembro de 2007
domingo, 23 de dezembro de 2007
Os meus livros 14
Um aspecto do interior deste pequeno livro
Leiria. Uma Panorâmica do Património Natural do Concelho foi a primeira publicação de que fui o único autor e a última feita através da minha antiga empresa. Ao contrário de todos os outros livros sobre determinadas áreas geográficas que posteriormente realizei, este não possui um capítulo onde são sugeridos e descritos alguns percursos naturais a efectuar em veículo motorizado. Porém é fornecida uma lista de espécies florísticas e faunísticas que ocorrem no município de Leiria.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Us and them
Us and Them
And after all we're only ordinary men
Me, and you
God only knows it's not what we would choose to do
Forward he cried from the rear
and the front ranks died
And the General sat, and the lines on the map
moved from side to side
Black and Blue
And who knows which is which and who is who
Up and Down
And in the end it's only round and round and round
Haven't you heard, it's a battle of words
the poster bearer cried
Listen son, said the man with the gun
There's room for you inside
Down and Out
It can't be helped but there's a lot of it about
With, without
And who'll deny that's what the fighting's all about
Get out of the way, it's a busy day
And I've got things on my mind
For want of the price of tea and a slice
The old man died
Roger Waters (letra) e Pink Floyd (música) (The Dark Side of the Moon, 1973)
And after all we're only ordinary men
Me, and you
God only knows it's not what we would choose to do
Forward he cried from the rear
and the front ranks died
And the General sat, and the lines on the map
moved from side to side
Black and Blue
And who knows which is which and who is who
Up and Down
And in the end it's only round and round and round
Haven't you heard, it's a battle of words
the poster bearer cried
Listen son, said the man with the gun
There's room for you inside
Down and Out
It can't be helped but there's a lot of it about
With, without
And who'll deny that's what the fighting's all about
Get out of the way, it's a busy day
And I've got things on my mind
For want of the price of tea and a slice
The old man died
Roger Waters (letra) e Pink Floyd (música) (The Dark Side of the Moon, 1973)
Powered by ScribeFire.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Animais, plantas e paisagens de Portugal 6
No sobreiral da matinha de Queluz (Lisboa) existem diversos medronheiros, muitos dos quais de porte arbóreo
O medronheiro (Arbutus unedo) é um arbusto ou pequena árvore (arbutus aparentemente significará pequena árvore) perenifólia, que normalmente não supera os 5 metros de altura, pertencente à família Ericaceae. Nesta família botânica incluem-se também plantas como o arando ou mirtilo (Vaccinium myrtillus), o rododendro (Rhododendrom ponticum), a camarinha (Corema album) e as bem conhecidas urzes (Erica/Calluna).
O seu tronco é de tonalidade avermelhada e escamoso. As folhas são alternas, lanceoladas, de margem serrada, lustrosas na face superior de um verde intenso. As flores, em panícula (cacho de cacho), são brancas, rosadas ou esverdeadas e surgem entre Outubro e Fevereiro. Os frutos são globulosos, vermelhos ou alaranjados, até 3 cm de diâmetro e ocorrem no Outono pelo que os frutos maduros e as flores aparecem na mesma altura na planta.
O medronheiro vive nos azinhais, sobreirais ou em bosques mistos de tipo mediterrânico. Algumas vezes constitui matagais mono-específicos (na serra algarvia, por exemplo) que resultam da degradação da mata mediterrânica. Trata-se de uma espécie higrófila, isto é, amante de um elevado teor de humidade atmosférica, por isso ocorre sobretudo em zonas de influência atlântica. Para o interior cinge-se aos vales encaixados dos cursos de água. Vegeta sobre todo o tipo de solos.
Distribui-se pela bacia mediterrânica e pela Europa ocidental até à Irlanda. Em Portugal medra praticamente em todo o país, à excepção de diversas bolsas na zona raiana. Contudo, pelo que referimos anteriormente, é mais abundante ou comum na faixa litoral e nas encostas serranas abrigadas.
O medronheiro também é conhecido por ervedeiro ou ervedo. Como é sabido, do seu fruto extrai-se a aguardente de medronho.
O seu tronco é de tonalidade avermelhada e escamoso. As folhas são alternas, lanceoladas, de margem serrada, lustrosas na face superior de um verde intenso. As flores, em panícula (cacho de cacho), são brancas, rosadas ou esverdeadas e surgem entre Outubro e Fevereiro. Os frutos são globulosos, vermelhos ou alaranjados, até 3 cm de diâmetro e ocorrem no Outono pelo que os frutos maduros e as flores aparecem na mesma altura na planta.
O medronheiro vive nos azinhais, sobreirais ou em bosques mistos de tipo mediterrânico. Algumas vezes constitui matagais mono-específicos (na serra algarvia, por exemplo) que resultam da degradação da mata mediterrânica. Trata-se de uma espécie higrófila, isto é, amante de um elevado teor de humidade atmosférica, por isso ocorre sobretudo em zonas de influência atlântica. Para o interior cinge-se aos vales encaixados dos cursos de água. Vegeta sobre todo o tipo de solos.
Distribui-se pela bacia mediterrânica e pela Europa ocidental até à Irlanda. Em Portugal medra praticamente em todo o país, à excepção de diversas bolsas na zona raiana. Contudo, pelo que referimos anteriormente, é mais abundante ou comum na faixa litoral e nas encostas serranas abrigadas.
O medronheiro também é conhecido por ervedeiro ou ervedo. Como é sabido, do seu fruto extrai-se a aguardente de medronho.
Powered by ScribeFire.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Da capo
O pica-pau? Relincha nos troncos altos.
Zoam os estorninhos, e do tordo
A sirene se pega, na bruma,
À risada da pega rabuda.
O guincho do francelho agita
A caruma, no meio da noite
O mocho real, ri — que nem
Uma cabra. Ouve-se o alarmado
Salto da narceja, e o corvo marinho
Rabuja. Não estamos no mar,
Pelo menos que eu veja, grita
O gaio, raspando as ilhotas
De assobiadeiras.
O rouxinol? À beira da estrada,
Numa macieira brava. E o marantéu
Sobe mais uma pernada.
Gil de Carvalho (De Fevereiro a Fevereiro, 1987)
Zoam os estorninhos, e do tordo
A sirene se pega, na bruma,
À risada da pega rabuda.
O guincho do francelho agita
A caruma, no meio da noite
O mocho real, ri — que nem
Uma cabra. Ouve-se o alarmado
Salto da narceja, e o corvo marinho
Rabuja. Não estamos no mar,
Pelo menos que eu veja, grita
O gaio, raspando as ilhotas
De assobiadeiras.
O rouxinol? À beira da estrada,
Numa macieira brava. E o marantéu
Sobe mais uma pernada.
Gil de Carvalho (De Fevereiro a Fevereiro, 1987)
Powered by ScribeFire.
sábado, 15 de dezembro de 2007
Fotografia 5
Aldeãs em Linhares da Beira
Um pouco à imagem das aplicações informáticas, que começaram por ser especificamente dirigidas para determinadas funções (i.e. tratamento de texto, folha de cálculo, paginação, tratamento de imagem) e, a pouco e pouco, foram ganhando em versatilidade, adquirindo novas funcionalidades através da integração de aptidões oriundas de diferentes programas, também as máquinas fotográficas estão a adquirir competências que antes não possuíam e que foram desenvolvidas em câmaras destinadas a outros segmentos de consumidores. Veja-se, por exemplo, o caso da dslr Panasonic DMC-L10 que "pediu emprestadas" às suas "primas" mais modestas do segmento "bridge cameras" (Panasonic FZ50, FZ8, FZ18) funcionalidades como um LCD orientável, estabilização da imagem, aplicação de reconhecimento de caras ("face recognition") e iso inteligente.
Esta evolução das câmaras digitais avançadas (dslr) no sentido apontado irá com certeza continuar e provavelmente levar-nos-á para soluções inesperadas cujo objectivo será facilitar cada vez mais a captação de imagens e a melhorar a qualidade das mesmas. A distinção entre fotógrafo amador e fotógrafo profissional tenderá então a esbater-se.
Esta evolução das câmaras digitais avançadas (dslr) no sentido apontado irá com certeza continuar e provavelmente levar-nos-á para soluções inesperadas cujo objectivo será facilitar cada vez mais a captação de imagens e a melhorar a qualidade das mesmas. A distinção entre fotógrafo amador e fotógrafo profissional tenderá então a esbater-se.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Ensaio geral
Aos bandos, vindos das terras quentes do sul, chegavam mais rouxinóis, poupas cabeçudas, cucos bizarros e rambóias e pintarroxos tenores, que logo cantavam no alto dos galhos do bosque até há pouco adormecido.
Apaixonado, o professor de Música levava a palma a todos.
E nem dava pela chegada das toutinegras reais, dos abelharucos e dos pintassilgos cantadores, enquanto os pica-paus e os petos marcavam ritmos bárbaros na casca das árvores e a felosa imitava todos, louca de prazer e tonta de melodias, ora soprando flauta como a toutinegra, ora exprimindo-se em fugas como o tordo, ora trinando como o tentilhão de colete cor-de-rosa.
Deslumbrada, a Sementinha pusera-se de pé, a querer cantar também, enquanto o Rouxinol, cada vez mais apaixonado, lhe sorria dos ramos da tília perfumada.
Alves Redol (A Vida Mágica da Sementinha: uma breve história do trigo, 1956)
Apaixonado, o professor de Música levava a palma a todos.
E nem dava pela chegada das toutinegras reais, dos abelharucos e dos pintassilgos cantadores, enquanto os pica-paus e os petos marcavam ritmos bárbaros na casca das árvores e a felosa imitava todos, louca de prazer e tonta de melodias, ora soprando flauta como a toutinegra, ora exprimindo-se em fugas como o tordo, ora trinando como o tentilhão de colete cor-de-rosa.
Deslumbrada, a Sementinha pusera-se de pé, a querer cantar também, enquanto o Rouxinol, cada vez mais apaixonado, lhe sorria dos ramos da tília perfumada.
Alves Redol (A Vida Mágica da Sementinha: uma breve história do trigo, 1956)
Powered by ScribeFire.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Quinta das Canadas 14
Wellingtonia (Sequoiadendron giganteum)
A Wellingtonia é uma sequóia nativa do estado da Califórnia. Algumas das árvores da Sierra Nevada californiana são os maiores (mais pesados) seres vivos do planeta. Podem viver até aos 4.000 anos. A maior destas árvores — a General Sherman — pesa cerca de 1.000 toneladas, tem um diâmetro do tronco de 10 metros e atinge 83 metros de altura. Um autêntico colosso!
domingo, 9 de dezembro de 2007
La solitude
Je suis d'un autre pays que le vôtre, d'un autre quartier, d'une autre solitude.
Je m'invente aujourd'hui des chemins de traverse. Je ne suis plus de chez vous.
J'attends des mutants. Biologiquement je m'arrange avec l'idée que je me fais de la biologie: je pisse, j'éjacule, je pleure. Il est de toute première instance que nous façonnions nos idées comme s'il s'agissait d'objets manufacturés.
Je suis prêt à vous procurer les moules. Mais...
La solitude...
Les moules sont d'une texture nouvelle, je vous avertis.
Ils ont été coulés demain matin. Si vous n'avez pas dès ce jour, le sentiment relatif de votre durée, il est inutile de regarder devant vous car devant c'est derrière, la nuit c'est le jour. Et...
La solitude...
Il est de toute première instance que les laveries automatiques, au coin des rues, soient aussi imperturbables que les feux d'arrêt ou de voie libre. Les flics du détersif vous indiqueront la case où il vous sera loisible de laver ce que vous croyez être votre conscience et qui n'est qu'une dépendance de l'ordinateur neurophile qui vous sert de cerveau. Et pourtant...
La solitude...
Le désespoir est une forme supérieure de la critique. Pour le moment, nous l'appellerons "bonheur", les mots que vous employez n'étant plus "les mots" mais une sorte de conduit à travers lesquels les analphabètes se font bonne conscience. Mais...
La solitude...
Le Code civil nous en parlerons plus tard. Pour le moment, je voudrais codifier l'incodifiable. Je voudrais mesurer vos danaïdes démocraties.
Je voudrais m'insérer dans le vide absolu et devenir le non-dit, le non-avenu, le non-vierge par manque de lucidité. La lucidité se tient dans mon froc.
Léo Ferré (La Solitude, 1971)
Je m'invente aujourd'hui des chemins de traverse. Je ne suis plus de chez vous.
J'attends des mutants. Biologiquement je m'arrange avec l'idée que je me fais de la biologie: je pisse, j'éjacule, je pleure. Il est de toute première instance que nous façonnions nos idées comme s'il s'agissait d'objets manufacturés.
Je suis prêt à vous procurer les moules. Mais...
La solitude...
Les moules sont d'une texture nouvelle, je vous avertis.
Ils ont été coulés demain matin. Si vous n'avez pas dès ce jour, le sentiment relatif de votre durée, il est inutile de regarder devant vous car devant c'est derrière, la nuit c'est le jour. Et...
La solitude...
Il est de toute première instance que les laveries automatiques, au coin des rues, soient aussi imperturbables que les feux d'arrêt ou de voie libre. Les flics du détersif vous indiqueront la case où il vous sera loisible de laver ce que vous croyez être votre conscience et qui n'est qu'une dépendance de l'ordinateur neurophile qui vous sert de cerveau. Et pourtant...
La solitude...
Le désespoir est une forme supérieure de la critique. Pour le moment, nous l'appellerons "bonheur", les mots que vous employez n'étant plus "les mots" mais une sorte de conduit à travers lesquels les analphabètes se font bonne conscience. Mais...
La solitude...
Le Code civil nous en parlerons plus tard. Pour le moment, je voudrais codifier l'incodifiable. Je voudrais mesurer vos danaïdes démocraties.
Je voudrais m'insérer dans le vide absolu et devenir le non-dit, le non-avenu, le non-vierge par manque de lucidité. La lucidité se tient dans mon froc.
Léo Ferré (La Solitude, 1971)
Powered by ScribeFire.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Os meus livros 13
Com o volume sobre os Açores finaliza-se a colecção "Roteiros da Natureza". No final do mesmo apresenta-se uma lista da bibliografia consultada e um conjunto abrangente de guias da natureza, que permite ao leitor ter uma noção visual e uma súmula da biologia de grande parte das espécies citadas.
Permito-me apresentar de seguida um trecho de Raul Brandão que ilustra com simplicidade e beleza a paisagem açoriana, sua ruralidade e património natural:
[Na ilha azul]
Nos campos, os bois deitados na erva olham para a gente, deixando os estorninhos que lhes pousam nas cabeçorras catar-lhes a mosca. Satisfeitos e calmos não bolem — engordam. Aqui não há pardais, mas o estorninho faz com muita competência o papel do pardal. Pousa nos telhados e anda no campo familiarizado com o lavrador. Outras aves alegram as culturas que descem até ao mar — o pombo bravo, o torcaz e o pombo da rocha, mais pequeno, ambos eles cinzentos, o canário, o tentilhão, o melro preto, o pintassilgo, a vinagreira e a lavandeira, que cobriu as pegadas de Nossa Senhora. A ave negreira, a que o povo chama vinagreira, e é o pássaro mais pequeno da ilha, canta como um rouxinol. Difere da toutinegra, que tem poupinha preta, em ser escura até ao meio do corpo. Dizem os rapazes, que, quando a toutinegra, que em geral põe seis ovos, chega aos sete, do último sai sempre ave negreira.
Raul Bandrão (As Ilhas Desconhecidas, 1926)
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
As andorinhas
Portugal, nos primeiros dias de Primavera, é coberto de asas e o céu azul chilreia. Toda a gente espera as andorinhas. As rústicas escolhem os campos; e as outras procuram as vilas, as cidades, a convivência dos homens e os velhos beirais a cair para uma banda. Conhecem as pessoas, entram pelas janelas com familiaridade, e na antiga casa da aldeia até dentro da sala constroem o ninho. Batem nos vidros, com a lama no bico — abram! abram! — até que lhes abrem a porta, criando numa trave pela primeira vez.
Conhecem Portugal a palmos: as eiras do Minho, com alguns punhados de milho e as vastas eiras do monte alentejano; os descampados do sul com alguns pinheiros mansos isolados, e o homem do Algarve que desbrava a terra a fogo e pesca o atum na costa. São elas que põem Portugal em comunicação com o céu, e que fazem a Primavera nos primeiros dias de Março. Não há verdadeira Primavera nos países onde não há andorinhas.
Maria Angelina e Raul Brandão (Portugal Pequenino, 1930)
Conhecem Portugal a palmos: as eiras do Minho, com alguns punhados de milho e as vastas eiras do monte alentejano; os descampados do sul com alguns pinheiros mansos isolados, e o homem do Algarve que desbrava a terra a fogo e pesca o atum na costa. São elas que põem Portugal em comunicação com o céu, e que fazem a Primavera nos primeiros dias de Março. Não há verdadeira Primavera nos países onde não há andorinhas.
Maria Angelina e Raul Brandão (Portugal Pequenino, 1930)
Powered by ScribeFire.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Animais, plantas e paisagens de Portugal 5
É porventura o urodelo (i.e. anfíbio com cauda) mais comum da Europa e de Portugal. Distribui-se pelo noroeste africano, Europa meridional e central, e sudeste asiático. Apresenta uma coloração à base de negro e amarelo. Consoante a área geográfica considerada pode predominar uma ou outra das tonalidades, formando ambas uma grande variedade de padrões. É robusto e de hábitos marcadamente terrestres, existindo quer nas zonas baixas quer em altitude. Na parte posterior da cabeça, em posição dorso-lateral, possui duas enormes saliências que correspondem às parótidas (glândulas salivares). Procura os pontos de água apenas para se reproduzir. Está geralmente activo de noite. De dia encontra-se sob pedras ou troncos caídos, ou ainda debaixo de um denso coberto arbustivo. Alimenta-se de vermes, aracnídeos e diversos insectos.
Powered by ScribeFire.
sábado, 1 de dezembro de 2007
Fuselas
Migram na salsugem das nortadas
dos litorais do sul, a grande altura,
para rochas de névoa e alcantis.
Medrosas de perder-se, até de dia.
Voam no areal tingido de detritos,
tombam pelos campos já lavrados
em busca de larvas de besouro.
Entre os cactos abrem clareiras
e a fusela cruza o caudal do sol.
Cresce o fermento das encantações:
seixos, regressos, esmaltes de orvalho,
a música tardia dos seus gritos.
Tuas mãos colhem gerânios,
plantas migratórias, com difíceis folhas,
aí a fusela irá pousar.
Joaquim Manuel Magalhães (Segredos, Sebes, Aluviões, 1981)
dos litorais do sul, a grande altura,
para rochas de névoa e alcantis.
Medrosas de perder-se, até de dia.
Voam no areal tingido de detritos,
tombam pelos campos já lavrados
em busca de larvas de besouro.
Entre os cactos abrem clareiras
e a fusela cruza o caudal do sol.
Cresce o fermento das encantações:
seixos, regressos, esmaltes de orvalho,
a música tardia dos seus gritos.
Tuas mãos colhem gerânios,
plantas migratórias, com difíceis folhas,
aí a fusela irá pousar.
Joaquim Manuel Magalhães (Segredos, Sebes, Aluviões, 1981)
Powered by ScribeFire.
Subscrever:
Mensagens (Atom)