Portugal, nos primeiros dias de Primavera, é coberto de asas e o céu azul chilreia. Toda a gente espera as andorinhas. As rústicas escolhem os campos; e as outras procuram as vilas, as cidades, a convivência dos homens e os velhos beirais a cair para uma banda. Conhecem as pessoas, entram pelas janelas com familiaridade, e na antiga casa da aldeia até dentro da sala constroem o ninho. Batem nos vidros, com a lama no bico — abram! abram! — até que lhes abrem a porta, criando numa trave pela primeira vez.
Conhecem Portugal a palmos: as eiras do Minho, com alguns punhados de milho e as vastas eiras do monte alentejano; os descampados do sul com alguns pinheiros mansos isolados, e o homem do Algarve que desbrava a terra a fogo e pesca o atum na costa. São elas que põem Portugal em comunicação com o céu, e que fazem a Primavera nos primeiros dias de Março. Não há verdadeira Primavera nos países onde não há andorinhas.
Maria Angelina e Raul Brandão (Portugal Pequenino, 1930)
Conhecem Portugal a palmos: as eiras do Minho, com alguns punhados de milho e as vastas eiras do monte alentejano; os descampados do sul com alguns pinheiros mansos isolados, e o homem do Algarve que desbrava a terra a fogo e pesca o atum na costa. São elas que põem Portugal em comunicação com o céu, e que fazem a Primavera nos primeiros dias de Março. Não há verdadeira Primavera nos países onde não há andorinhas.
Maria Angelina e Raul Brandão (Portugal Pequenino, 1930)
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