Em mais próximo e mais interessante convívio, afluem os insectos, com uma sem-cerimónia campesina, — borboletas, vespas, abelhas, cigarras, tira-olhos, grilos, ralos, louva-a-Deus, variadíssimos coleópteros, a chusma inteira, enfim, — Muitos destes seres, voejando de arbusto para arbusto, de flor para flor, colhendo sucos e respirando aromas, colaboram indiscutivelmente como elementos decorativos dos jardins; dos jardins e, de quando em quando, das casas igualmente, pois alguns deles, como as vespas, invadem-me o casebre e vêm construir ninhos nas paredes.
Wenceslau de Moraes (O "Bon-odori" em Tokushima, 1916)
sábado, 29 de dezembro de 2007
domingo, 23 de dezembro de 2007
Os meus livros 14
Um aspecto do interior deste pequeno livro
Leiria. Uma Panorâmica do Património Natural do Concelho foi a primeira publicação de que fui o único autor e a última feita através da minha antiga empresa. Ao contrário de todos os outros livros sobre determinadas áreas geográficas que posteriormente realizei, este não possui um capítulo onde são sugeridos e descritos alguns percursos naturais a efectuar em veículo motorizado. Porém é fornecida uma lista de espécies florísticas e faunísticas que ocorrem no município de Leiria.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Us and them
Us and Them
And after all we're only ordinary men
Me, and you
God only knows it's not what we would choose to do
Forward he cried from the rear
and the front ranks died
And the General sat, and the lines on the map
moved from side to side
Black and Blue
And who knows which is which and who is who
Up and Down
And in the end it's only round and round and round
Haven't you heard, it's a battle of words
the poster bearer cried
Listen son, said the man with the gun
There's room for you inside
Down and Out
It can't be helped but there's a lot of it about
With, without
And who'll deny that's what the fighting's all about
Get out of the way, it's a busy day
And I've got things on my mind
For want of the price of tea and a slice
The old man died
Roger Waters (letra) e Pink Floyd (música) (The Dark Side of the Moon, 1973)
And after all we're only ordinary men
Me, and you
God only knows it's not what we would choose to do
Forward he cried from the rear
and the front ranks died
And the General sat, and the lines on the map
moved from side to side
Black and Blue
And who knows which is which and who is who
Up and Down
And in the end it's only round and round and round
Haven't you heard, it's a battle of words
the poster bearer cried
Listen son, said the man with the gun
There's room for you inside
Down and Out
It can't be helped but there's a lot of it about
With, without
And who'll deny that's what the fighting's all about
Get out of the way, it's a busy day
And I've got things on my mind
For want of the price of tea and a slice
The old man died
Roger Waters (letra) e Pink Floyd (música) (The Dark Side of the Moon, 1973)
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Animais, plantas e paisagens de Portugal 6
No sobreiral da matinha de Queluz (Lisboa) existem diversos medronheiros, muitos dos quais de porte arbóreo
O medronheiro (Arbutus unedo) é um arbusto ou pequena árvore (arbutus aparentemente significará pequena árvore) perenifólia, que normalmente não supera os 5 metros de altura, pertencente à família Ericaceae. Nesta família botânica incluem-se também plantas como o arando ou mirtilo (Vaccinium myrtillus), o rododendro (Rhododendrom ponticum), a camarinha (Corema album) e as bem conhecidas urzes (Erica/Calluna).
O seu tronco é de tonalidade avermelhada e escamoso. As folhas são alternas, lanceoladas, de margem serrada, lustrosas na face superior de um verde intenso. As flores, em panícula (cacho de cacho), são brancas, rosadas ou esverdeadas e surgem entre Outubro e Fevereiro. Os frutos são globulosos, vermelhos ou alaranjados, até 3 cm de diâmetro e ocorrem no Outono pelo que os frutos maduros e as flores aparecem na mesma altura na planta.
O medronheiro vive nos azinhais, sobreirais ou em bosques mistos de tipo mediterrânico. Algumas vezes constitui matagais mono-específicos (na serra algarvia, por exemplo) que resultam da degradação da mata mediterrânica. Trata-se de uma espécie higrófila, isto é, amante de um elevado teor de humidade atmosférica, por isso ocorre sobretudo em zonas de influência atlântica. Para o interior cinge-se aos vales encaixados dos cursos de água. Vegeta sobre todo o tipo de solos.
Distribui-se pela bacia mediterrânica e pela Europa ocidental até à Irlanda. Em Portugal medra praticamente em todo o país, à excepção de diversas bolsas na zona raiana. Contudo, pelo que referimos anteriormente, é mais abundante ou comum na faixa litoral e nas encostas serranas abrigadas.
O medronheiro também é conhecido por ervedeiro ou ervedo. Como é sabido, do seu fruto extrai-se a aguardente de medronho.
O seu tronco é de tonalidade avermelhada e escamoso. As folhas são alternas, lanceoladas, de margem serrada, lustrosas na face superior de um verde intenso. As flores, em panícula (cacho de cacho), são brancas, rosadas ou esverdeadas e surgem entre Outubro e Fevereiro. Os frutos são globulosos, vermelhos ou alaranjados, até 3 cm de diâmetro e ocorrem no Outono pelo que os frutos maduros e as flores aparecem na mesma altura na planta.
O medronheiro vive nos azinhais, sobreirais ou em bosques mistos de tipo mediterrânico. Algumas vezes constitui matagais mono-específicos (na serra algarvia, por exemplo) que resultam da degradação da mata mediterrânica. Trata-se de uma espécie higrófila, isto é, amante de um elevado teor de humidade atmosférica, por isso ocorre sobretudo em zonas de influência atlântica. Para o interior cinge-se aos vales encaixados dos cursos de água. Vegeta sobre todo o tipo de solos.
Distribui-se pela bacia mediterrânica e pela Europa ocidental até à Irlanda. Em Portugal medra praticamente em todo o país, à excepção de diversas bolsas na zona raiana. Contudo, pelo que referimos anteriormente, é mais abundante ou comum na faixa litoral e nas encostas serranas abrigadas.
O medronheiro também é conhecido por ervedeiro ou ervedo. Como é sabido, do seu fruto extrai-se a aguardente de medronho.
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Da capo
O pica-pau? Relincha nos troncos altos.
Zoam os estorninhos, e do tordo
A sirene se pega, na bruma,
À risada da pega rabuda.
O guincho do francelho agita
A caruma, no meio da noite
O mocho real, ri — que nem
Uma cabra. Ouve-se o alarmado
Salto da narceja, e o corvo marinho
Rabuja. Não estamos no mar,
Pelo menos que eu veja, grita
O gaio, raspando as ilhotas
De assobiadeiras.
O rouxinol? À beira da estrada,
Numa macieira brava. E o marantéu
Sobe mais uma pernada.
Gil de Carvalho (De Fevereiro a Fevereiro, 1987)
Zoam os estorninhos, e do tordo
A sirene se pega, na bruma,
À risada da pega rabuda.
O guincho do francelho agita
A caruma, no meio da noite
O mocho real, ri — que nem
Uma cabra. Ouve-se o alarmado
Salto da narceja, e o corvo marinho
Rabuja. Não estamos no mar,
Pelo menos que eu veja, grita
O gaio, raspando as ilhotas
De assobiadeiras.
O rouxinol? À beira da estrada,
Numa macieira brava. E o marantéu
Sobe mais uma pernada.
Gil de Carvalho (De Fevereiro a Fevereiro, 1987)
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sábado, 15 de dezembro de 2007
Fotografia 5
Aldeãs em Linhares da Beira
Um pouco à imagem das aplicações informáticas, que começaram por ser especificamente dirigidas para determinadas funções (i.e. tratamento de texto, folha de cálculo, paginação, tratamento de imagem) e, a pouco e pouco, foram ganhando em versatilidade, adquirindo novas funcionalidades através da integração de aptidões oriundas de diferentes programas, também as máquinas fotográficas estão a adquirir competências que antes não possuíam e que foram desenvolvidas em câmaras destinadas a outros segmentos de consumidores. Veja-se, por exemplo, o caso da dslr Panasonic DMC-L10 que "pediu emprestadas" às suas "primas" mais modestas do segmento "bridge cameras" (Panasonic FZ50, FZ8, FZ18) funcionalidades como um LCD orientável, estabilização da imagem, aplicação de reconhecimento de caras ("face recognition") e iso inteligente.
Esta evolução das câmaras digitais avançadas (dslr) no sentido apontado irá com certeza continuar e provavelmente levar-nos-á para soluções inesperadas cujo objectivo será facilitar cada vez mais a captação de imagens e a melhorar a qualidade das mesmas. A distinção entre fotógrafo amador e fotógrafo profissional tenderá então a esbater-se.
Esta evolução das câmaras digitais avançadas (dslr) no sentido apontado irá com certeza continuar e provavelmente levar-nos-á para soluções inesperadas cujo objectivo será facilitar cada vez mais a captação de imagens e a melhorar a qualidade das mesmas. A distinção entre fotógrafo amador e fotógrafo profissional tenderá então a esbater-se.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Ensaio geral
Aos bandos, vindos das terras quentes do sul, chegavam mais rouxinóis, poupas cabeçudas, cucos bizarros e rambóias e pintarroxos tenores, que logo cantavam no alto dos galhos do bosque até há pouco adormecido.
Apaixonado, o professor de Música levava a palma a todos.
E nem dava pela chegada das toutinegras reais, dos abelharucos e dos pintassilgos cantadores, enquanto os pica-paus e os petos marcavam ritmos bárbaros na casca das árvores e a felosa imitava todos, louca de prazer e tonta de melodias, ora soprando flauta como a toutinegra, ora exprimindo-se em fugas como o tordo, ora trinando como o tentilhão de colete cor-de-rosa.
Deslumbrada, a Sementinha pusera-se de pé, a querer cantar também, enquanto o Rouxinol, cada vez mais apaixonado, lhe sorria dos ramos da tília perfumada.
Alves Redol (A Vida Mágica da Sementinha: uma breve história do trigo, 1956)
Apaixonado, o professor de Música levava a palma a todos.
E nem dava pela chegada das toutinegras reais, dos abelharucos e dos pintassilgos cantadores, enquanto os pica-paus e os petos marcavam ritmos bárbaros na casca das árvores e a felosa imitava todos, louca de prazer e tonta de melodias, ora soprando flauta como a toutinegra, ora exprimindo-se em fugas como o tordo, ora trinando como o tentilhão de colete cor-de-rosa.
Deslumbrada, a Sementinha pusera-se de pé, a querer cantar também, enquanto o Rouxinol, cada vez mais apaixonado, lhe sorria dos ramos da tília perfumada.
Alves Redol (A Vida Mágica da Sementinha: uma breve história do trigo, 1956)
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terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Quinta das Canadas 14
Wellingtonia (Sequoiadendron giganteum)
A Wellingtonia é uma sequóia nativa do estado da Califórnia. Algumas das árvores da Sierra Nevada californiana são os maiores (mais pesados) seres vivos do planeta. Podem viver até aos 4.000 anos. A maior destas árvores — a General Sherman — pesa cerca de 1.000 toneladas, tem um diâmetro do tronco de 10 metros e atinge 83 metros de altura. Um autêntico colosso!
domingo, 9 de dezembro de 2007
La solitude
Je suis d'un autre pays que le vôtre, d'un autre quartier, d'une autre solitude.
Je m'invente aujourd'hui des chemins de traverse. Je ne suis plus de chez vous.
J'attends des mutants. Biologiquement je m'arrange avec l'idée que je me fais de la biologie: je pisse, j'éjacule, je pleure. Il est de toute première instance que nous façonnions nos idées comme s'il s'agissait d'objets manufacturés.
Je suis prêt à vous procurer les moules. Mais...
La solitude...
Les moules sont d'une texture nouvelle, je vous avertis.
Ils ont été coulés demain matin. Si vous n'avez pas dès ce jour, le sentiment relatif de votre durée, il est inutile de regarder devant vous car devant c'est derrière, la nuit c'est le jour. Et...
La solitude...
Il est de toute première instance que les laveries automatiques, au coin des rues, soient aussi imperturbables que les feux d'arrêt ou de voie libre. Les flics du détersif vous indiqueront la case où il vous sera loisible de laver ce que vous croyez être votre conscience et qui n'est qu'une dépendance de l'ordinateur neurophile qui vous sert de cerveau. Et pourtant...
La solitude...
Le désespoir est une forme supérieure de la critique. Pour le moment, nous l'appellerons "bonheur", les mots que vous employez n'étant plus "les mots" mais une sorte de conduit à travers lesquels les analphabètes se font bonne conscience. Mais...
La solitude...
Le Code civil nous en parlerons plus tard. Pour le moment, je voudrais codifier l'incodifiable. Je voudrais mesurer vos danaïdes démocraties.
Je voudrais m'insérer dans le vide absolu et devenir le non-dit, le non-avenu, le non-vierge par manque de lucidité. La lucidité se tient dans mon froc.
Léo Ferré (La Solitude, 1971)
Je m'invente aujourd'hui des chemins de traverse. Je ne suis plus de chez vous.
J'attends des mutants. Biologiquement je m'arrange avec l'idée que je me fais de la biologie: je pisse, j'éjacule, je pleure. Il est de toute première instance que nous façonnions nos idées comme s'il s'agissait d'objets manufacturés.
Je suis prêt à vous procurer les moules. Mais...
La solitude...
Les moules sont d'une texture nouvelle, je vous avertis.
Ils ont été coulés demain matin. Si vous n'avez pas dès ce jour, le sentiment relatif de votre durée, il est inutile de regarder devant vous car devant c'est derrière, la nuit c'est le jour. Et...
La solitude...
Il est de toute première instance que les laveries automatiques, au coin des rues, soient aussi imperturbables que les feux d'arrêt ou de voie libre. Les flics du détersif vous indiqueront la case où il vous sera loisible de laver ce que vous croyez être votre conscience et qui n'est qu'une dépendance de l'ordinateur neurophile qui vous sert de cerveau. Et pourtant...
La solitude...
Le désespoir est une forme supérieure de la critique. Pour le moment, nous l'appellerons "bonheur", les mots que vous employez n'étant plus "les mots" mais une sorte de conduit à travers lesquels les analphabètes se font bonne conscience. Mais...
La solitude...
Le Code civil nous en parlerons plus tard. Pour le moment, je voudrais codifier l'incodifiable. Je voudrais mesurer vos danaïdes démocraties.
Je voudrais m'insérer dans le vide absolu et devenir le non-dit, le non-avenu, le non-vierge par manque de lucidité. La lucidité se tient dans mon froc.
Léo Ferré (La Solitude, 1971)
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sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Os meus livros 13
Com o volume sobre os Açores finaliza-se a colecção "Roteiros da Natureza". No final do mesmo apresenta-se uma lista da bibliografia consultada e um conjunto abrangente de guias da natureza, que permite ao leitor ter uma noção visual e uma súmula da biologia de grande parte das espécies citadas.
Permito-me apresentar de seguida um trecho de Raul Brandão que ilustra com simplicidade e beleza a paisagem açoriana, sua ruralidade e património natural:
[Na ilha azul]
Nos campos, os bois deitados na erva olham para a gente, deixando os estorninhos que lhes pousam nas cabeçorras catar-lhes a mosca. Satisfeitos e calmos não bolem — engordam. Aqui não há pardais, mas o estorninho faz com muita competência o papel do pardal. Pousa nos telhados e anda no campo familiarizado com o lavrador. Outras aves alegram as culturas que descem até ao mar — o pombo bravo, o torcaz e o pombo da rocha, mais pequeno, ambos eles cinzentos, o canário, o tentilhão, o melro preto, o pintassilgo, a vinagreira e a lavandeira, que cobriu as pegadas de Nossa Senhora. A ave negreira, a que o povo chama vinagreira, e é o pássaro mais pequeno da ilha, canta como um rouxinol. Difere da toutinegra, que tem poupinha preta, em ser escura até ao meio do corpo. Dizem os rapazes, que, quando a toutinegra, que em geral põe seis ovos, chega aos sete, do último sai sempre ave negreira.
Raul Bandrão (As Ilhas Desconhecidas, 1926)
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
As andorinhas
Portugal, nos primeiros dias de Primavera, é coberto de asas e o céu azul chilreia. Toda a gente espera as andorinhas. As rústicas escolhem os campos; e as outras procuram as vilas, as cidades, a convivência dos homens e os velhos beirais a cair para uma banda. Conhecem as pessoas, entram pelas janelas com familiaridade, e na antiga casa da aldeia até dentro da sala constroem o ninho. Batem nos vidros, com a lama no bico — abram! abram! — até que lhes abrem a porta, criando numa trave pela primeira vez.
Conhecem Portugal a palmos: as eiras do Minho, com alguns punhados de milho e as vastas eiras do monte alentejano; os descampados do sul com alguns pinheiros mansos isolados, e o homem do Algarve que desbrava a terra a fogo e pesca o atum na costa. São elas que põem Portugal em comunicação com o céu, e que fazem a Primavera nos primeiros dias de Março. Não há verdadeira Primavera nos países onde não há andorinhas.
Maria Angelina e Raul Brandão (Portugal Pequenino, 1930)
Conhecem Portugal a palmos: as eiras do Minho, com alguns punhados de milho e as vastas eiras do monte alentejano; os descampados do sul com alguns pinheiros mansos isolados, e o homem do Algarve que desbrava a terra a fogo e pesca o atum na costa. São elas que põem Portugal em comunicação com o céu, e que fazem a Primavera nos primeiros dias de Março. Não há verdadeira Primavera nos países onde não há andorinhas.
Maria Angelina e Raul Brandão (Portugal Pequenino, 1930)
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Animais, plantas e paisagens de Portugal 5
É porventura o urodelo (i.e. anfíbio com cauda) mais comum da Europa e de Portugal. Distribui-se pelo noroeste africano, Europa meridional e central, e sudeste asiático. Apresenta uma coloração à base de negro e amarelo. Consoante a área geográfica considerada pode predominar uma ou outra das tonalidades, formando ambas uma grande variedade de padrões. É robusto e de hábitos marcadamente terrestres, existindo quer nas zonas baixas quer em altitude. Na parte posterior da cabeça, em posição dorso-lateral, possui duas enormes saliências que correspondem às parótidas (glândulas salivares). Procura os pontos de água apenas para se reproduzir. Está geralmente activo de noite. De dia encontra-se sob pedras ou troncos caídos, ou ainda debaixo de um denso coberto arbustivo. Alimenta-se de vermes, aracnídeos e diversos insectos.
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sábado, 1 de dezembro de 2007
Fuselas
Migram na salsugem das nortadas
dos litorais do sul, a grande altura,
para rochas de névoa e alcantis.
Medrosas de perder-se, até de dia.
Voam no areal tingido de detritos,
tombam pelos campos já lavrados
em busca de larvas de besouro.
Entre os cactos abrem clareiras
e a fusela cruza o caudal do sol.
Cresce o fermento das encantações:
seixos, regressos, esmaltes de orvalho,
a música tardia dos seus gritos.
Tuas mãos colhem gerânios,
plantas migratórias, com difíceis folhas,
aí a fusela irá pousar.
Joaquim Manuel Magalhães (Segredos, Sebes, Aluviões, 1981)
dos litorais do sul, a grande altura,
para rochas de névoa e alcantis.
Medrosas de perder-se, até de dia.
Voam no areal tingido de detritos,
tombam pelos campos já lavrados
em busca de larvas de besouro.
Entre os cactos abrem clareiras
e a fusela cruza o caudal do sol.
Cresce o fermento das encantações:
seixos, regressos, esmaltes de orvalho,
a música tardia dos seus gritos.
Tuas mãos colhem gerânios,
plantas migratórias, com difíceis folhas,
aí a fusela irá pousar.
Joaquim Manuel Magalhães (Segredos, Sebes, Aluviões, 1981)
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quinta-feira, 29 de novembro de 2007
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Préstito Fúnebre
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
E eis no carro morto o castanheiro, enquanto
Melros assobiam nos trigais além…
Heras amortalham-no em seu verde manto…
Deu-lhe a terra o leite, dá-lhe a aurora o pranto…
Que feliz cadáver, que até cheira bem!…
Musgos, líquenes, fetos, — química incessante! —
Fazem montões d'almas dessa podridão…
Já nesse esqueleto seco de gigante,
Sob a luz vermelha, num festim radiante,
Mil milhões de vidas pululando estão!…
Sempre à fortaleza casa-se a doçura:
Como o leão da Bíblia morto num vergel,
Do seu tronco ainda na caverna escura,
Um enxame d'oiro rútilo murmura,
Construindo um favo cândido de mel!…
Oh, os bois enormes, mansos como arminhos,
Meditando estranhas, incubas visões!…
Pousam-lhe nas hastes, vede, os passarinhos,
E por sobre os longos, tórridos caminhos
Dos seus olhos caem bênçãos e perdões…
Chorarão o velho castanheiro ingente,
Sob o qual dormiram sestas estivais?
Almas do arvoredo, o seu olhar plangente
Saberá acaso misteriosamente
Traduzir as línguas em que vós falais?!…
Castanheiro morto! que é da vida estranha
Que no ovário exíguo duma flor nasceu,
E criou raízes, e se fez tamanha,
Que trezentos anos sobre uma montanha
Seus trezentos braços de colosso ergueu?!…
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Guerra Junqueiro (Os Simples, 1892)
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domingo, 25 de novembro de 2007
Os meus livros 12
As ilhas foram abordadas individualmente, ou em grupos mais ou menos homogéneos, e em cada caso foram descritas as suas características geoclimáticas e biológicas com base nos andares fitoclimáticos (ou andares de vegetação), a exemplo do que ocorreu com a "ilha ecológica" que a serra da Estrela constitui.
Por outro lado, enquanto no continente a ocupação humana tem uma história de milénios, nos arquipélagos apenas decorreram cerca de 600 anos desde o seu povoamento. Por tal razão torna-se mais fácil reconstituir o percurso do homem na Madeira e nos Açores e a sua influência sobre o património natural insular. Foi o que tentei fazer, ainda que de forma necessariamente sucinta. Onde me parece que este desígnio teve mais sucesso, foi com o roteiro que aqui se apresenta.
Por outro lado, enquanto no continente a ocupação humana tem uma história de milénios, nos arquipélagos apenas decorreram cerca de 600 anos desde o seu povoamento. Por tal razão torna-se mais fácil reconstituir o percurso do homem na Madeira e nos Açores e a sua influência sobre o património natural insular. Foi o que tentei fazer, ainda que de forma necessariamente sucinta. Onde me parece que este desígnio teve mais sucesso, foi com o roteiro que aqui se apresenta.
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sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Avec le temps
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
On oublie le visage et l'on oublie la voix
Le coeur, quand ça bat plus,
C'est pas la pein' d'aller chercher plus loin
Faut laisser faire et c'est très bien
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
L'autre qu'on adorait, qu'on cherchait sous la pluie
L'autre qu'on devinait au détour d'un regard
Entre les mots entre les lignes et sous le fard
D'un serment maquillé qui s'en va faire sa nuit
Avec le temps,
Tout s'évanouit.
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
Mêm' les plus chouette's souv'nirs ça t'a un' de ces gueul's
À la Gal'rie j'farfouill'
Dans les rayons d'la mort
Le sam'di soir quand la tendresse s'en va tout' seule
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
L'autre à qui l'on croyait pour un rhum' pour un rien
L'autre à qui l'on donnait du vent et des bijoux
Pour qui l'on eût vendu son âme pour quelques sous
Devant quoi l'on s'traînait comme traînent les chiens
Avec le temps, va, tout va bien.
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
On oublie les passions et l'on oublie les voix
Qui vous disaient tout bas
Les mots des pauvres gens
Ne rentre pas trop tard, surtout ne prends pas froid
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
Et l'on se sent blanchi comme un cheval fourbu
Et l'on se sent glacé dans le lit de hasard
Et l'on se sent tout seul peut-être mais peinard
Et l'on se sent floué par les années perdues
Alors vraiment
Avec le temps on n'aime plus
Léo Ferré (1971)
Avec le temps, va, tout s'en va
On oublie le visage et l'on oublie la voix
Le coeur, quand ça bat plus,
C'est pas la pein' d'aller chercher plus loin
Faut laisser faire et c'est très bien
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
L'autre qu'on adorait, qu'on cherchait sous la pluie
L'autre qu'on devinait au détour d'un regard
Entre les mots entre les lignes et sous le fard
D'un serment maquillé qui s'en va faire sa nuit
Avec le temps,
Tout s'évanouit.
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
Mêm' les plus chouette's souv'nirs ça t'a un' de ces gueul's
À la Gal'rie j'farfouill'
Dans les rayons d'la mort
Le sam'di soir quand la tendresse s'en va tout' seule
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
L'autre à qui l'on croyait pour un rhum' pour un rien
L'autre à qui l'on donnait du vent et des bijoux
Pour qui l'on eût vendu son âme pour quelques sous
Devant quoi l'on s'traînait comme traînent les chiens
Avec le temps, va, tout va bien.
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
On oublie les passions et l'on oublie les voix
Qui vous disaient tout bas
Les mots des pauvres gens
Ne rentre pas trop tard, surtout ne prends pas froid
Avec le temps...
Avec le temps, va, tout s'en va
Et l'on se sent blanchi comme un cheval fourbu
Et l'on se sent glacé dans le lit de hasard
Et l'on se sent tout seul peut-être mais peinard
Et l'on se sent floué par les années perdues
Alors vraiment
Avec le temps on n'aime plus
Léo Ferré (1971)
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quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Animais, plantas e paisagens de Portugal 4
Para a maior parte das pessoas, o concelho de Coruche surge perfeitamente identificado com o Ribatejo. O que provavelmente nem todos saberão, é que este concelho tem um prolongamento "alentejano", metido entre Mora e Montemor-o-Novo, que é bastante diferente do restante território. Com efeito trata-se de uma zona granítica despovoada denotando, aqui e ali, afloramentos rochosos onde domina o montado de azinho que alguns autores chegaram a caracterizar como um "fóssil económico". É nela que encontramos a albufeira do Peso.
Este peculiar território, devido em parte à fraca intervenção humana e à existência de práticas silvo-agrícolas ancestrais, tem mantido uma diversidade biológica bastante elevada. A presença do gamo (Dama dama) é um dos seus ex-libris faunísticos. Os referidos afloramentos, algumas pequenas linhas de água de regime temporário, represas e albufeiras, clareiras com pousio-pastagem ou culturas cerealíferas e manchas de mato são alguns dos elementos de habitat que ajudam a criar heterogeneidade no montado, tornando-o desta forma biologicamente mais rico e diverso.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
sábado, 17 de novembro de 2007
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
domingo, 11 de novembro de 2007
Ces gens là
D'abord, d'abord, il y a l'aîné
Lui qui est comme un melon
Lui qui a un gros nez
Lui qui sait plus son nom
Monsieur tellement il boit
Ou tellement qu'il a bu
Qui fait rien de ses dix doigts
Mais lui qui n'en peut plus
Lui qui est complètement cuit
Et qui se prend pour le roi
Qui se saoule toutes les nuits
Avec du mauvais vin
Mais qu'on retrouve matin
Dans l'église qui roupille
Raide comme une saillie
Blanc comme un cierge de Pâques
Et puis qui balbutie
Et qui a l'oeil qui divague
Faut vous dire Monsieur
Que chez ces gens-là
On ne pense pas, Monsieur
On ne pense pas, on prie
Et puis, y a l'autre
Des carottes dans les cheveux
Qu'a jamais vu un peigne
Qu' est méchant comme une teigne
Même qu'il donnerait sa chemise
A des pauvres gens heureux
Qui a marié la Denise
Une fille de la ville
Enfin d'une autre ville
Et que c'est pas fini
Qui fait ses petites affaires
Avec son petit chapeau
Avec son petit manteau
Avec sa petite auto
Qu'aimerait bien avoir l'air
Mais qui n'a pas l'air du tout
Faut pas jouer les riches
Quand on n'a pas le sou
Faut vous dire Monsieur
Que chez ces gens-là
On ne vit pas Monsieur
On ne vit pas on triche.
Et puis, y a les autres
La mère qui ne dit rien
Ou bien n'importe quoi
Et du soir au matin
Sous sa belle gueule d'apôtre
Et dans son cadre en bois
Y a la moustache du père
Qui est mort d'une glissade
Et qui regarde son troupeau
Bouffer la soupe froide
Et ça fait des grands chloup
Et ça fait des grands chloup
Et puis il y a la toute vieille
Qu'en finit pas de vibrer
Et qu'on n'écoute même pas
Vu que c'est elle qu'a l'oseille
Et qu'on écoute même pas
Ce que ses pauvres mains racontent
Faut vous dire Monsieur
Que chez ces gens-là
On ne cause pas Monsieur
On ne cause pas, on compte.
Et puis, et puis,
Et puis, il y a Frida
Qui est belle comme un soleil
Et qui m'aime pareil
Que moi j'aime Frida
Même qu'on se dit souvent
Qu'on aura une maison
Avec des tas de fenêtres
Avec presque pas de murs
Et qu'on vivra dedans
Et qu'il fera bon y être
Et que si c'est pas sûr
C'est quand même peut-être
Parce que les autres veulent pas
Parce que les autres veulent pas
Les autres ils disent comme ça
Qu'elle est trop belle pour moi
Que je suis tout juste bon
A égorger les chats
J'ai jamais tué de chats
Ou alors y a longtemps
Ou bien j'ai oublié
Ou ils sentaient pas bon
Enfin ils ne veulent pas
Enfin ils ne veulent pas.
Parfois quand on se voit
Semblant que c'est pas exprès
Avec ses yeux mouillants
Elle dit qu'elle partira
Elle dit qu'elle me suivra
Alors pour un instant
Pour un instant seulement
Alors moi je la crois Monsieur
Pour un instant
Pour un instant seulement
Parce que chez ces gens-là
Monsieur on ne s'en va pas
On ne s'en va pas Monsieur
On ne s'en va pas.
Mais il est tard Monsieur
Il faut que je rentre chez moi.
Jacques Brel (1966)
Lui qui est comme un melon
Lui qui a un gros nez
Lui qui sait plus son nom
Monsieur tellement il boit
Ou tellement qu'il a bu
Qui fait rien de ses dix doigts
Mais lui qui n'en peut plus
Lui qui est complètement cuit
Et qui se prend pour le roi
Qui se saoule toutes les nuits
Avec du mauvais vin
Mais qu'on retrouve matin
Dans l'église qui roupille
Raide comme une saillie
Blanc comme un cierge de Pâques
Et puis qui balbutie
Et qui a l'oeil qui divague
Faut vous dire Monsieur
Que chez ces gens-là
On ne pense pas, Monsieur
On ne pense pas, on prie
Et puis, y a l'autre
Des carottes dans les cheveux
Qu'a jamais vu un peigne
Qu' est méchant comme une teigne
Même qu'il donnerait sa chemise
A des pauvres gens heureux
Qui a marié la Denise
Une fille de la ville
Enfin d'une autre ville
Et que c'est pas fini
Qui fait ses petites affaires
Avec son petit chapeau
Avec son petit manteau
Avec sa petite auto
Qu'aimerait bien avoir l'air
Mais qui n'a pas l'air du tout
Faut pas jouer les riches
Quand on n'a pas le sou
Faut vous dire Monsieur
Que chez ces gens-là
On ne vit pas Monsieur
On ne vit pas on triche.
Et puis, y a les autres
La mère qui ne dit rien
Ou bien n'importe quoi
Et du soir au matin
Sous sa belle gueule d'apôtre
Et dans son cadre en bois
Y a la moustache du père
Qui est mort d'une glissade
Et qui regarde son troupeau
Bouffer la soupe froide
Et ça fait des grands chloup
Et ça fait des grands chloup
Et puis il y a la toute vieille
Qu'en finit pas de vibrer
Et qu'on n'écoute même pas
Vu que c'est elle qu'a l'oseille
Et qu'on écoute même pas
Ce que ses pauvres mains racontent
Faut vous dire Monsieur
Que chez ces gens-là
On ne cause pas Monsieur
On ne cause pas, on compte.
Et puis, et puis,
Et puis, il y a Frida
Qui est belle comme un soleil
Et qui m'aime pareil
Que moi j'aime Frida
Même qu'on se dit souvent
Qu'on aura une maison
Avec des tas de fenêtres
Avec presque pas de murs
Et qu'on vivra dedans
Et qu'il fera bon y être
Et que si c'est pas sûr
C'est quand même peut-être
Parce que les autres veulent pas
Parce que les autres veulent pas
Les autres ils disent comme ça
Qu'elle est trop belle pour moi
Que je suis tout juste bon
A égorger les chats
J'ai jamais tué de chats
Ou alors y a longtemps
Ou bien j'ai oublié
Ou ils sentaient pas bon
Enfin ils ne veulent pas
Enfin ils ne veulent pas.
Parfois quand on se voit
Semblant que c'est pas exprès
Avec ses yeux mouillants
Elle dit qu'elle partira
Elle dit qu'elle me suivra
Alors pour un instant
Pour un instant seulement
Alors moi je la crois Monsieur
Pour un instant
Pour un instant seulement
Parce que chez ces gens-là
Monsieur on ne s'en va pas
On ne s'en va pas Monsieur
On ne s'en va pas.
Mais il est tard Monsieur
Il faut que je rentre chez moi.
Jacques Brel (1966)
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sexta-feira, 9 de novembro de 2007
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Demain, dès l'aube…
Demain, dès l'aube, à l'heure où blanchit la campagne,
Je partirai. Vois-tu, je sais que tu m'attends.
J'irai par la forêt, j'irai par la montagne.
Je ne puis demeurer loin de toi plus longtemps.
Je marcherai les yeux fixés sur mes pensées,
Sans rien voir au dehors, sans entendre aucun bruit,
Seul, inconnu, le dos courbé, les mains croisées,
Triste, et le jour pour moi sera comme la nuit.
Je ne regarderai ni l'or du soir qui tombe,
Ni les voiles au loin descendant vers Harfleur,
Et quand j'arriverai, je mettrai sur ta tombe
Un bouquet de houx vert et de bruyère en fleur.
Victor Hugo (1847)
Je partirai. Vois-tu, je sais que tu m'attends.
J'irai par la forêt, j'irai par la montagne.
Je ne puis demeurer loin de toi plus longtemps.
Je marcherai les yeux fixés sur mes pensées,
Sans rien voir au dehors, sans entendre aucun bruit,
Seul, inconnu, le dos courbé, les mains croisées,
Triste, et le jour pour moi sera comme la nuit.
Je ne regarderai ni l'or du soir qui tombe,
Ni les voiles au loin descendant vers Harfleur,
Et quand j'arriverai, je mettrai sur ta tombe
Un bouquet de houx vert et de bruyère en fleur.
Victor Hugo (1847)
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segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Quinta das Canadas 10
A envolvente serrana e o pombal
Em tempos, o pombal albergou mais de 600 pombos provenientes de Barca de Alva (F. Castelo Rodrigo). Os pombos entretanto desapareceram (mortos a tiro e envenenados) e esta enorme estrutura tem servido de refúgio e/ou local de nidificação à coruja-das-torres (Tyto alba), à andorinha-dáurica (Hirundo daurica), ao estorninho-preto (Sturnus unicolor), a morcegos (Pipistrellus sp.), etc…
sábado, 3 de novembro de 2007
Os meus livros 11
Com a publicação do volume sobre a região Centro ficou completo o tratamento de Portugal continental.
Esta região é a mais polimórfica e simultaneamente a mais diversa do ponto de vista natural (ao contrário do Alentejo). A sua extensa linha de costa é maioritariamente arenosa, destacando-se como único local rochoso digno de relevo o cabo Mondego onde vem morrer a serra da Boa Viagem. Esta denota características muito semelhantes às da serra de Sintra, em particular no que respeita à sua posição geográfica e ao efeito que produz sobre as condições climáticas locais.
Aqui se encontram os Montes Hermínios, um ecossistema único a nível nacional. Por outro lado, a diversidade de factores climáticos (e.g. temperatura, precipitação, humidade) e geológicos é considerável, o que acarreta uma correspondente variedade de condições ecológicas. Para leste do maciço central vigoram condições de acentuada aridez e amplitude térmica. Através dela corre o maior rio exclusivamente português. A Sul e a Norte é limitada por dois grandes cursos fluviais ibéricos: os rios Tejo e Douro, respectivamente.
No fundo, podemos considerar que a região Centro, tal como a encarámos, faz a transição do Sul para o Norte de Portugal. Não é pois de estranhar que se observem paisagens e ambientes mais parecidos com os do Alentejo ou do Ribatejo e outros com semelhanças com a região Norte e até com a Europa atlântica.
Esta região é a mais polimórfica e simultaneamente a mais diversa do ponto de vista natural (ao contrário do Alentejo). A sua extensa linha de costa é maioritariamente arenosa, destacando-se como único local rochoso digno de relevo o cabo Mondego onde vem morrer a serra da Boa Viagem. Esta denota características muito semelhantes às da serra de Sintra, em particular no que respeita à sua posição geográfica e ao efeito que produz sobre as condições climáticas locais.
Aqui se encontram os Montes Hermínios, um ecossistema único a nível nacional. Por outro lado, a diversidade de factores climáticos (e.g. temperatura, precipitação, humidade) e geológicos é considerável, o que acarreta uma correspondente variedade de condições ecológicas. Para leste do maciço central vigoram condições de acentuada aridez e amplitude térmica. Através dela corre o maior rio exclusivamente português. A Sul e a Norte é limitada por dois grandes cursos fluviais ibéricos: os rios Tejo e Douro, respectivamente.
No fundo, podemos considerar que a região Centro, tal como a encarámos, faz a transição do Sul para o Norte de Portugal. Não é pois de estranhar que se observem paisagens e ambientes mais parecidos com os do Alentejo ou do Ribatejo e outros com semelhanças com a região Norte e até com a Europa atlântica.
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quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Like a rolling stone
Once upon a time you dressed so fine
You threw the bums a dime in your prime, didn't you?
People'd call, say, "Beware doll, you're bound to fall"
You thought they were all kiddin' you
You used to laugh about
Everybody that was hangin' out
Now you don't talk so loud
Now you don't seem so proud
About having to be scrounging for your next meal.
How does it feel
How does it feel
To be without a home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?
You've gone to the finest school all right, Miss Lonely
But you know you only used to get juiced in it
And nobody has ever taught you how to live on the street
And now you find out you're gonna have to get used to it
You said you'd never compromise
With the mystery tramp, but now you realize
He's not selling any alibis
As you stare into the vacuum of his eyes
And ask him do you want to make a deal?
How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?
You never turned around to see the frowns on the jugglers and the clowns
When they all come down and did tricks for you
You never understood that it ain't no good
You shouldn't let other people get your kicks for you
You used to ride on the chrome horse with your diplomat
Who carried on his shoulder a Siamese cat
Ain't it hard when you discover that
He really wasn't where it's at
After he took from you everything he could steal.
How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?
Princess on the steeple and all the pretty people
They're drinkin', thinkin' that they got it made
Exchanging all kinds of precious gifts and things
But you'd better lift your diamond ring, you'd better pawn it babe
You used to be so amused
At Napoleon in rags and the language that he used
Go to him now, he calls you, you can't refuse
When you got nothing, you got nothing to lose
You're invisible now, you got no secrets to conceal.
How does it feel
How does it feel
To be on your own
With no direction home
Like a complete unknown
Like a rolling stone?
Bob Dylan (1965)
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terça-feira, 30 de outubro de 2007
Animais, plantas e paisagens de Portugal 3
A esteva é um arbusto aromático, sempre-verde, que pode atingir mais de dois metros de altura. Reconhece-se com facilidade graças às suas folhas opostas, lanceoladas, compridas e pegajosas, de um verde brilhante e às suas enormes flores (7 a 10 cm de diâmetro), dispostas isoladamente no cimo dos caules. As pétalas são brancas e, na maioria dos casos, evidenciam na sua base uma "unha" púrpura.
Ocorre fundamentalmente sob a forma de extensos agrupamentos mono-específicos — os estevais — em zonas de solos muito depauperados. Faz também parte de formações arbustivas mais evoluídas ou do sub-bosque de montados e pinhais. Prefere locais expostos e secos.
Floresce de Fevereiro a Maio e distribui-se pela Península Ibérica, Sul de França, Noroeste africano e ilhas Canárias.
Encontra-mo-la em praticamente todo o continente português embora seja rara junto ao litoral, para norte de Aveiro.
Poderá confundir-se com a Cistus palhinhae, uma esteva endémica do território nacional que se encontra sobretudo em parte do litoral alentejano, na costa ocidental algarvia e em parte da costa meridional do barlavento. Alguns autores consideram a Cistus palhinhae como uma forma amoitada de Cistus ladanifer, particularmente adaptada a ambientes de influência marinha (ecótipo).
Ocorre fundamentalmente sob a forma de extensos agrupamentos mono-específicos — os estevais — em zonas de solos muito depauperados. Faz também parte de formações arbustivas mais evoluídas ou do sub-bosque de montados e pinhais. Prefere locais expostos e secos.
Floresce de Fevereiro a Maio e distribui-se pela Península Ibérica, Sul de França, Noroeste africano e ilhas Canárias.
Encontra-mo-la em praticamente todo o continente português embora seja rara junto ao litoral, para norte de Aveiro.
Poderá confundir-se com a Cistus palhinhae, uma esteva endémica do território nacional que se encontra sobretudo em parte do litoral alentejano, na costa ocidental algarvia e em parte da costa meridional do barlavento. Alguns autores consideram a Cistus palhinhae como uma forma amoitada de Cistus ladanifer, particularmente adaptada a ambientes de influência marinha (ecótipo).
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