Livros no Blurb

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Os meus livros 2

Capa do livro editado pelo Parque Natural da Serra da Estrela (os elementos que constam da capa são todos eles símbolos desta montanha, a saber: os cântaros, a estrela (o sol), e dois endemismos serranos Campanula herminii e Lacerta monticola monticola)


Um aspecto do interior do livro



Em 1985, pouco depois de ter fundado a Naturibérica, Lda., consegui dois trabalhos importantes e que ajudaram a lançar a empresa. Um foi sobre o concelho de Celorico da Beira, para a Câmara Municipal (Estudo Fitogeográfico e Faunístico do Concelho de Celorico da Beira, 1985) e o outro, que me interessa aqui focar em particular, incidiu sobre o Parque Natural da Serra da Estrela (Estudo Fitogeográfico e Faunístico do Parque Natural da Serra da Estrela, 1985). Este último surgiu na sequência da minha boa relação pessoal com o então presidente do Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza (SNPRCN) — actualmente transformado em Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) —, o Arqº José Manuel de Vasconcelos, e com o facto de existir uma certa urgência num estudo de âmbito biológico sobre o Parque, para um plano de ordenamento do mesmo, então em elaboração. O estudo em questão foi feito em tempo recorde e o trabalho de campo apenas teve lugar entre Março e Agosto de 1985.
Na altura em que entreguei o estudo, já o presidente do SNPRCN era o Engº Macário Correia. Algum tempo após a entrega do trabalho voltei a marcar encontro com o Engº Macário Correia para saber a sua opinião sobre o estudo e se necessitava de algum esclarecimento adicional. Para meu espanto, o novo presidente começou a dizer mal do estudo, percebendo eu que ele não o tinha sequer lido. Apesar da minha revolta com o sucedido, pois tinha perfeita consciência do trabalho que tinha sido realizado, da sua qualidade e do seu ineditismo, percebi que aquelas críticas se deviam ao facto do trabalho ter sido encomendado pelo anterior presidente, que era de outra cor política. Infelizmente, ao longo da minha vida tenho constatado que este tipo de comportamento tem sido regra no pesado e inquinado aparelho estatal. Num país de parcos recursos, considero um crime que de cada vez que muda o partido no poder, tudo
(ou quase tudo) o que vinha da anterior gestão é para deitar fora, ou seja, vão se repetir estudos, planos e projectos, já feitos e pagos, vezes sem conta, por causa da visão mesquinha e egoísta das direcções partidárias.
Curiosamente, nos corredores do SNPRCN corria à boca pequena que não era possível que o estudo realizado tivesse sido completado num prazo tão curto e envolvido apenas três técnicos. Por outro lado, durante bastante tempo o estudo parece ter desaparecido como por milagre da biblioteca do Serviço de Parques e alguns colegas biólogos, funcionários do SNPRCN, vieram mesmo pedir-me para lhes facultar uma cópia. Foi com surpresa que,
22 anos após a sua execução, constatei que na Guarda existe um exemplar para consulta na sede do Parque.
Na sequência do estudo elaborado em 1985 e da experiência e conhecimentos adquiridos, eu e o meu sócio José Cabral propusemos à direcção do Parque a realização de um pequeno livro que divulgasse a riqueza e singularidade do seu património natural. Foi assim que em 1989 saiu Estrela. Uma Visão Natural/A Natural Approach, uma edição bilingue ainda em venda na loja do ambiente do ICNB.



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